O primeiro webinário Green Key, realizado no dia 31 de março, contou com 28 participantes e teve como propósito debater estratégias face à pandemia do Covid-19.
Numa primeira intervenção, Finn Bolding, coordenador do programa Green Key Internacional, apresentou a estratégia da coordenação para apoiar a sua rede de estabelecimentos, enfatizando a ideia de que se devem manter unidos e utilizar o Green Key como uma mais valia.
Neste sentido, internacionalmente foram aprovadas medidas como a extensão da validade galardão de 2019 para todas as unidades galardoadas e o alargamento dos prazos para pagamentos em 2020.
Por outro lado, a coordenação internacional está empenhada em partilhar qualquer boa prática durante esta fase, através do hashtag #GreenKeyCares, para incentivar a indústria a fazer algo que benficie as comunidades locais e para facilitar a partilha de ideias e experiências entre a rede internacional, de forma a inspirar outros em situações semelhantes.
No contexto nacional, Fátima Vieira, Coordenadora Nacional, informou que a validade dos certificados 2019 foi prolongada um mês e que em 2020, ano excepcional, as candidaturas serão avaliadas sem visitas de controlo ou que as mesmas se podem realizar mais tarde, de acordo com a evolução da situação. A Coordenação Nacional prevê apresentar os resultados de 2020 no final de junho, após a reunião do júri nacional.
Enfatizando a importância de partilhar ideias, boas práticas e iniciativas, através do #GreenKeyCares, a coordenação nacional lançou um Green Key Challenge, com o objetivo de criar uma relação direta entre os diferentes estabelecimentos Green Key.
António Loureiro, administrador e Chef do Restaurante A Cozinha, estabelecimento Green Key desde 2018, procurou passar uma mensagem positiva, mas ao mesmo tempo cautelosa face à situação. Neste contexto, realçou o Chef Loureiro, é indispensável consultar contabilistas, advogados, etc. para perceber a situação financeira, pois apesar da crisa de saúde pública, a maior dificuldade vai ser ultrapassar a crise económica. Neste sentido, António Loureiro, encara este desafio como uma oportunidade de reflexão sobre o tempo presente e, sobretudo, sobre e momento de voltar ao trabalho. Para o Chef Loureiro, o mais importante é repensar, adaptar e reestrutar a estratégia, mas sem alterar a identidade de cada estabelecimento – aquilo que o diferencia.
Para superar esta crise, é fundamental apoiar os fornecedores locais e as comunidades vizinhas, ajudá-los a escoar os produtos, para não haver desperdício; mas também perceber que, no futuro, o produto nacional pode não ter capacidade para fazer face ao importado e que, com os preços inflacionados, muitos estabelecimentos não vão ter possibilidade de os suportar. Assim, devemos utilizar os recursos disponíveis e maximizá-los ao máximo, evitando o desperdício, explica o Chef d’A Cozinha.
António Loureiro considera, ainda, indispensável perceber que o turismo, que representa uma grande fatia das receitas nacionais, vai ser afectado, mas que possivelmente surgirão oportunidades para que os profissionais se adaptarem a novas realidades e novas formas de turismo.
A intervenção do chef terminou com uma mensagem positiva: mesmo que o turismo sofra com esta situação e com a crise que se aproxima, há que ser resiliente, estudar formas de adaptação, e que a criatividade, algo que nos caracteriza, vai ajudar na recuperação da economia, com a maior brevidade possível.
Porque a sustentabilidade, a responsabilidade social e a valorização da equipa são importantes, mas também porque prevalece uma profunda incerteza económica, foi convidado Viriato Dias, do Turismo do Centro, para falar dos incentivos e linhas financeiras que estão a ser desenhadas, tanto pelo Governo, como pelo Turismo de Portugal.
Assim, Viriato Dias, numa perspetiva positiva, mas também realista, apresentou as medidas que foram lançadas e esclareceu dúvidas sobre o que já tinha sido apresentado. Disponibilizou-se, também, para contactos futuros e incentivou todos os profissionais a contactar o Turismo de Portugal, através da plataforma NEST – Centro de Inovação do Turismo, para observações, recomendações ou sugestões de melhoria.
Para Viriato Dias, o Turismo Nacional está a ser posto em prova, até pelas mudanças que estão previstas nos mercados internacionais, especialmente o Americano e a recuperação prevê-se lenta, o que exige adaptação e esforço de todos.
Após um pequeno “brainstorming” entre os participantes e em resposta ao Green Key Challenge, os estabelecimentos Green Key foram desafiados a partilhar em direto, nas redes sociais, uma boa prática, todas as terças-feiras, às 15h ou a enviar testemunhos escritos, fotográficos ou em vídeo para a Coordenação Nacional, para divulgação.
Para conhecer os estabelecimentos e o que fazem para mitigar os efeitos da crise, acompanhem o site e as redes socias Green Key e Green Key internacional. E, relembramos que o #GreenKeyCares deve ser utilizado para fazer chegar qualquer experiência ou ideia a toda a rede Green Key.
A ABAE está a trabalhar com todos os seus interlocutores no sentido de, neste momento de pandemia, encontrar formas diferenciadoras que permitam valorizar ainda mais o trabalho desenvolvido por todos. Pretendemos partilhar estratégias que permitam auxiliar as empresas, neste momento em que importa estar adaptado para viver o momento e, acima de tudo, pensar o futuro.